A decantação lamelar é uma técnica de separação sólido-líquido utilizada em Estações de Tratamento de Água (ETAs) que se enquadra na categoria de processos de alta taxa.

Diferente da decantação convencional, que depende de grandes áreas e tempos de detenção hidráulica prolongados para promover a sedimentação de partículas, a decantação lamelar se vale do uso de módulos inclinados — as chamadas “lamelas” ou “colmeias” — que aumentam significativamente a área de decantação por unidade de volume.

Essa tecnologia permite taxas de aplicação superficial muito mais elevadas, possibilitando a redução do tamanho das unidades de decantação e, consequentemente, menor ocupação de área e custos operacionais.

O princípio de funcionamento da decantação lamelar baseia-se na instalação de módulos inclinados dentro do tanque de decantação, formando canais paralelos com inclinações padronizadas (geralmente entre 45° e 60° em relação à horizontal).

A água floculada entra na base dos módulos e flui para cima ao longo das lamelas. Durante essa ascensão, as partículas sólidas sedimentam-se e escorregam pela face inferior das lamelas, retornando ao fundo do decantador, enquanto a água clarificada emerge no topo. O fluxo laminar e o pequeno percurso necessário para a sedimentação favorecem a remoção mais eficiente dos sólidos em suspensão.

Existem diferentes tipos de lamelas quanto ao formato e material. Os mais comuns são os módulos em PVC ou PP, com geometrias do tipo colmeia (hexagonal), retangular, trapezoidal ou chevron. As lamelas também podem ser fabricadas como placas planas inclinadas, dispostas paralelamente, ou em módulos integrados autoportantes.

As diferenças principais entre os tipos referem-se à facilidade de limpeza, resistência mecânica, durabilidade e eficiência hidráulica. A escolha do tipo adequado depende das características da água bruta e dos requisitos operacionais da ETA.

As inclinações mais utilizadas para os módulos lamelares estão entre 45° e 60°, sendo 60° a inclinação mais frequente, por facilitar o escorregamento dos sólidos e minimizar o risco de entupimento ou acúmulo de lodo sobre as lamelas.

As principais vantagens da decantação lamelar em relação à convencional são:

• Redução significativa da área ocupada: em média 3x menor que a decantação convencional, podendo chegar a 80% de economia de espaço. Enquanto a taxa de escoamento superficial de um decantador convencional é da ordem de 20 a 50 m³/m²/dia, a taxa de um decantador lamelar é entre 120 a 150 m³/m²/dia;

• Maior eficiência na remoção de sólidos suspensos, especialmente em águas com elevada turbidez;

• Menor tempo de detenção hidráulica, com aumento da capacidade de tratamento;

• Modularidade, que facilita a ampliação ou retrofit de sistemas existentes;

• Redução de custos operacionais e de construção, especialmente em áreas urbanas ou com restrição de espaço.

Como exemplo, uma ETA projetada para tratar 100 L/s que necessitaria de um decantador convencional com cerca de 300 m² de área superficial pode ter essa área reduzida para apenas 60 m² com o uso de decantadores lamelares — uma economia de espaço da ordem de 80%, mantendo a mesma eficiência de sedimentação.

A Linsul Indústria fornece decantadores lamelares compactos e com lamelas do tipo chevron. Além de fornecer também ETAs compactas em metal, já com os decantadores lamelares, de forma a ocupar a menor área possível nas indústrias..